
VII SEMINÁRIO DE LÍNGUAS DO PROFLETRAS-UFRRJ
VI SEMINÁRIO DE DISSERTAÇÕES EM ANDAMENTO DO PROFLETRAS-UFRRJ

MINICURSOS
Cada minicurso tem o limite de 40 vagas, que serão preenchidas por ordem de inscrição. Os inscritos receberão e-mail de confirmação de sua inserção na turma. Os ouvintes e os proponentes de trabalho poderão se inscrever em até um minicurso, sem qualquer custo adicional. Caso desejem se inscrever em mais algum minicurso, será cobrada uma taxa extra de R$20,00, por cada minicurso de interesse.
► Minicurso 1 - Reflexões sobre a morfologia da Libras sobre o processo de formação dos sinais
Ministrantes: Ana Carla Ziner Nogueira (DLC-UFRRJ) e Mellissa Gomes Moza (Letras-UFRRJ)
Data: 29/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
Este minicurso propõe a reflexão sobre a morfologia e o processo de formação de sinais na libras. Na língua portuguesa, a formação de palavras apresenta estudos consolidados com grandes divulgações em veículos de publicações acadêmicas, ao passo que na libras ainda carece de estudos para compreensão clara desse tema e da morfologia na libras: Como compreender os morfemas na libras? Como se comporta o processo de formação de sinais na libras? Este apresenta alguma similaridade com a língua portuguesa? Essas e outras questões surgem ao debruçar sobre esse tema. Assim, os fundamentos teóricos que apresentaremos se baseiam em pesquisa bibliográfica na área, além de trabalhos referenciais nos Estudos Surdos, tais como os autores Takahira (2012;
2015), Felipe (2006), Quardros e Karnopp (2004) e Stokoe (1960).
► Minicurso 2 - Elaboração de atividades pedagógicas: reflexões e práticas
Ministrante: Filipo da Silva Tardim (ProfLetras-UFRRJ)
Data: 29/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
O curso se propõe a levantar reflexões acerca da elaboração de atividades pedagógicas que venham ao encontro da realidade da comunidade escolar. Pretende compartilhar parte da experiência vivida no Mestrado Profissional e como a teoria da Análise do Discurso (2006, 2009, 2019) proporcionou uma mudança na prática pedagógica. Como ponto de partida, visa apresentar um caderno de atividades (2021) elaborado a partir do resultado da atividade diagnóstica, implementada durante a pesquisa desenvolvida no Profletras-UFRRJ. A proposta foi planejada a partir da análise discursiva da produção dos alunos das séries iniciais da EJA, de um Ciep localizado em um bairro periférico de Duque de Caxias, município da Baixada Fluminense, RJ. O entorno do Ciep é marcado pela violência local e ausência do poder público, realidade potencializada pela mídia. Isso toca na questão da autoestima dos alunos (2014), uma vez que para eles o bairro se resume a essa realidade retratada, de modo que uma atividade proposta no livro didático se demonstrou um desafio. Os livros didáticos, especialmente no caso de uma região periférica como a Baixada Fluminense, costumam estar distante da realidade dos alunos. Tratando-se da EJA, mais ainda, visto que os livros didáticos que chegam às unidades escolares são, em sua maioria, para o Ensino Fundamental, e raramente as escolas recebem algum material específico para a modalidade em questão. Com isso, os professores acabam sendo os próprios produtores de seu material pedagógico. A sequência de atividades do caderno foi planejada de modo a valorizar a identidade do lugar e a memória local, a fim de proporcionar práticas de leitura e escrita que contribuam para a formação de sujeitos críticos. Ao final, o curso apresenta algumas ferramentas utilizadas na diagramação do material didático.
► Minicurso 3 - Linguagem e comunicação social no autismo: caminhos para uma prática docente responsiva e eficaz
Ministrantes: Tania Mikaela Garcia Roberto (DLC-UFRRJ) e Viviane Mello de Oliveira (ProfLetras-UFRRJ)
Data: 30/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do neurodesenvolvimento caracterizada, entre outros aspectos, por desafios significativos na comunicação social, que se manifestam de forma variada em cada indivíduo e conforme os diferentes níveis de suporte (nível 1 a 3, segundo o DSM-5). O minicurso proposto tem por objetivo oferecer aos professores da Educação Básica, em especial os de Língua Portuguesa, fundamentos atualizados e acessíveis sobre o funcionamento comunicativo-linguístico de crianças autistas. Serão apresentados os principais marcos diagnósticos do TEA, com foco nos comprometimentos linguístico-pragmáticos, nas particularidades prosódicas, nas formas alternativas de comunicação e nas estratégias que favorecem a interação social e a aprendizagem. Também serão discutidas evidências científicas sobre o impacto do ambiente educacional na aquisição e no uso da linguagem por crianças autistas, considerando as diferenças entre as demandas de alunos com níveis variados de suporte. A abordagem adotada parte da perspectiva sociocognitiva da linguagem, compreendendo-a como construção relacional e mediada culturalmente, em diálogo com a neurodiversidade. Os participantes serão convidados a refletir sobre suas práticas pedagógicas e a desenvolver estratégias inclusivas de mediação, como o uso de pistas visuais, rotinas previsíveis, adaptações comunicativas e escuta sensível. Ao final do minicurso, espera-se que os professores compreendam os aspectos básicos do funcionamento comunicativo no TEA, identifiquem formas de barreiras à participação social de alunos autistas em sala de aula e possam adotar atitudes pedagógicas coerentes com uma educação linguística inclusiva, empática e fundamentada cientificamente.
► Minicurso 4 - Introdução à Fonética Acústica: teoria e prática na análise de sons da fala
Ministrantes: Matheus Victor Alves Pereira (PPG-UFRJ) e Leandro Lisboa (PPG-UFRJ)
Data: 30/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
Todo som envolve um movimento gerador e um meio físico para sua propagação, podendo ser definido como qualquer perturbação do ar capaz de estimular nosso aparelho auditivo. Nesse contexto, a fonética acústica é o ramo da fonética responsável pelo estudo dos aspectos acústicos e das propriedades físicas dos sons da fala. Entre essas propriedades destacam-se a amplitude, a frequência, a duração, a frequência fundamental e o conteúdo espectral da onda sonora. Para analisar essas características, utilizam-se representações gráficas específicas, como os espectrogramas e os oscilogramas (ou formas de onda), que permitem uma visualização detalhada dos fenômenos acústicos. Portanto, este minicurso tem como objetivo apresentar os principais conceitos da fonética acústica, habilitando os participantes a identificar e interpretar propriedades acústicas da fala. Especificamente, busca-se: (1) introduzir os conceitos e métodos de análise acústica; (2) demonstrar as formas de representação gráfica do sinal sonoro; (3) explorar a caracterização acústica das vogais e das consoantes do Português Brasileiro (PB); e (4) realizar exercícios a partir de análises práticas de dados de fala com o software Praat (Boersma & Weenink, 2022) – ferramenta computacional de análises acústicas.
► Minicurso 5 - Experiência de práticas pedagógicas em leitura: saberes insurgentes sobre feminicídio
Ministrantes: Gisele Ávila (ProfLetras-UFRRJ), Thiago Brandi Ramos (ProfLetras-UFRRJ) e Maria do Rosário Rôxo (DLC-UFRRJ)
Data: 31/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
Diversos estudos têm sido realizados sobre o ensino da leitura como uma das práticas pedagógicas de maior complexidade quando se objetiva desenvolver a capacidade de atribuir significados na linguagem através dos saberes insurgentes (FREIRE, 2010; BAPTISTA, 2022). Sabe-se, por conseguinte, que ser-leitor implica em processos formativos no que é imposto em relação a certas condutas, especificamente as que são enunciadas como violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Ancorada na metodologia interpretativa e analítica (DENZIN e LINCOLN, 2006; MOITA LOPES, 2004), o curso consiste em discutir o que implica o aprendizado da leitura baseado nos contributos de Baptista (2022), Couto e Jovino (2022), Santos e Santana (2022), Hooks (2017), Butler (2021 e 2022), Foucault (1996 e 2016), Pennycook (2006), Kleiman, Vianna e Grande (2019) e Kleiman (2004) em termos da relação ensino-aprendizado da leitura como acontecimentos discursivos, construídos como práticas de efeitos de sentido em cuja força envolvem feminicídio e representações de poder, enunciadas explícita e implicitamente. A partir dessas reflexões iniciais, analisamos perspectivas de leitura, e suas interfaces pedagógicas, implicadas na relação das práticas de feminicídio, considerando os estereótipos relativos a discursos de violência contra a mulher, por um lado, e os que projetam a mulher baseados em determinados valores e comportamentos, por outro.
► Minicurso 6 - Políticas Linguísticas e o Movimento Surdo no Brasil
Ministrante: Maria Elisa Della Casa Galvão (DLC-UFRJ)
Data: 31/10/2025
Horário: 16h a 18h
Local de realização: a confirmar
Resumo
O minicurso "Políticas Linguísticas e o Movimento Surdo no Brasil" tem como objetivo proporcionar uma compreensão introdutória sobre o conceito de políticas linguísticas, com foco especial nas línguas de sinais e na trajetória do movimento surdo no Brasil. O curso propõe uma reflexão sobre a valorização e o uso das línguas no espaço público e educacional, destacando como essas práticas estão relacionadas à garantia de direitos e à promoção da diversidade linguística. Durante as duas horas de duração, os participantes serão convidados a analisar o processo histórico e político que levou ao reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como meio legal de comunicação
e expressão, a partir de marcos legais como a Lei no 10.436/2002 e o Decreto no 5.626/2005. Serão discutidos também os avanços e desafios da política de educação bilíngue para surdos, considerando o papel da identidade surda e a importância do respeito à diferença linguística e cultural. O curso enfatiza o protagonismo do movimento surdo nas conquistas legislativas e sociais, destacando ações, mobilizações e lideranças que lutaram pelo reconhecimento da Libras e pela inclusão de práticas bilíngues nas escolas. A metodologia inclui exposição dialogada e discussão de documentos legais. Ao final do minicurso, espera-se que os participantes sejam capazes de identificar as principais políticas linguísticas que afetam a comunidade surda e reconhecer a importância da atuação do movimento surdo para a consolidação de direitos linguísticos. A proposta busca contribuir para uma prática educacional mais inclusiva, crítica e respeitosa à diversidade linguística existente no país.